Uma rara capacidade empresarial, visão larga e ousadia combinaram-se para formar a personalidade de Omar Fontana, outro dos grandes nomes da aviação comercial brasileira. Ao contrário de seus companheiros de galeria das celebridades aeronáuticas, Omar Fontana Nasceu em família de recursos, em Joaçaba, Santa Catarina, em 7 de janeiro de 1927, “mais sênior que a Varig”, como costumava dizer da empresa rival, que admirava e combatia.

Formou-se piloto aos 15 anos, iniciando uma paixão que o acompanharia até a morte, em 7 de dezembro de 2000. Nas viagens de tralho, raramente deixava de assumir o comando dos aviões de sua empresa, a Sadia Transportes Aéreos, depois transformada em Transbrasil. Foi o primeiro no uso de aviões fabricados no Brasil, ao incorporar à Transbrasil, em 1973, o BEM-110 Bandeirante.

Em 1953, foi trabalhar na Panair e convenceu o pai, o fundador da Sadia, Attilio Fontana, a transportar carnes preparadas pela empresa num DC-3 alugado da Panair. A operação deu certo e dois anos depois surgiu a Sadia (companhia aérea) com um DC-3 e um C-46. Só em 1972 a empresa passou se chamar Transbrasil. Figura invulgar – tinha 1,90m de altura, mãos enormes e voz tonitruante – Fontana também era um apaixonado por música e esportes. O comandante, como gostava de ser chamado, jogava tênis e vôlei toda semana nos clubes Pinheiros e Paulistano e era considerado exímio pianista pelos amigos.

Amante do conservacionismo, envolveu-se em inúmeros projetos de defesa do meio ambiente. Era também um batalhador da iniciativa privada, lutando sempre para que a competição entre as empresas aéreas fosse justa e para que a indústria tivesse liberdade para decidir seu destino, sem ajuda do dinheiro público e sem os entraves do excesso de burocracia.

Tinha gosto pelas máximas e imortalizou uma delas: “O homem que mais vive não é o que conta mais anos; é o que conta mais sonhos”.

70 Anos de História – A evolução da aviação comercial brasileira – SNEA