A mulher que tanto irrita os ministros

1993. Brasília – O contencioso entre governo do Brasil e os Estados Unidos, antes restrito à lei das patentes e ao caso do aço, poderá ter um novo capítulo em breve: a cônsul-feral americana em Brasília, Margareth Ann Murphy. A quantidade de problemas que ela vem criando na Esplanada dos Ministérios a transformou numa personagem de gibi: ela é o Tio Sam em carne e osso. Para a americana, não há muita diferença entre um pedido de visto de entrada nos EUA feito por uma rapaz desempregado de Governador Valladares (MG) e o de um ministro de Estado.

Margareth aprontou tantas com o ministro do Trabalho, Walter Barelli, que o embaixador americano Richard Melton sentiu-se na obrigação de ir ao ministério pedir desculpas. Com um roteiro de encontros com autoridades do governo de Bill Clinton programado, Barelli pediu um visto para ir até Washington. Sua assessoria foi informada pelo consulado deque o ministro teria de ir pessoalmente preencher a papelada no consulado.

Barelli não foi. Seus assessores chiaram e o Itamaraty entrou em ação. O embaixador tentou minimizar a trapalhada, dizendo que tudo fora um equivoco. A cônsul foi citada e Melton acabou desabafando. “Essa moça é competente, mas já fez três ou quatro bobagens”, disse encabulado.

O Estado de S. Paulo – 01 de março de 1993

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