Departamento de Turismo e outros órgãos da Municipalidade conjugarão esforços no sentido de transformar a Lagoa Rodrigo de Freitas em local de turismo – capaz de atrair visitantes. Outras belezas serão acrescentadas à dádiva da natureza. Até mesmo a pesca será criada na Lagoa, através da dragaram do canal e, consequentemente, introdução de salinidade e peixes do mar que passarão para a lagoa. Isso mostra que a união faz a força e que a vontade muito pode, inclusive alargar a medida a outras passagens do D.F., igualmente belas e esquecidas, como é o caso da Barra da Tijuca e estradas de acesso, que tudo tendo para ser ponto de turismo dos melhores do mundo, relegada ao esquecimento durante tantos anos, vai-se transformando em favelas, lamaçal, exploração comercial mais torpes e inconveniente, e que não condiz com o fim a que se destina. //
Comércio x Turismo – Em três diferentes pontos, os que se encaminham para a Barra da Tijuca, encontram, em locais aprazíveis, barracas para um “refresco”. Aí encontram-se milho cozido ou assado, água de coco verde, churrasquinho, café e outras atrações da “terra”. São barracas comerciais onde os preços cobrados são elevadíssimos. Uma espiga de milho a dez cruzeiros, embora a origem do cereal seja ali mesmo. Um abacaxi vai aos 20 ou 30 cruzeiros. Tudo do mais caro. No entanto, tais barracas estão no meio da clandestinidade. O pior de tudo é que não foram construídas para atrair turistas ou fomentar o turismo. São meros barracões em tudo semelhantes aos que se encontram em favelas.
O primeiro local, em que se acham barradas, é São Conrado. É, também, onde as barracas são mais apresentáveis à primeira vista ou pela frente…Nos fundos, uma lixeira das mais repelentes. O lixo é incinerado no local. Ao lado das barracas, completa imundice, o suficiente para afastas qualquer pessoa. Felizmente isso passa despercebido a quase todos os que chegam, embora visível a todos que voltam da Barra quando à tarde…
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Correio da Manhã – 3 de janeiro de 1960