Estórias de Aeromoças

Abril de 1982 – As brincadeiras que o pessoal de voo costuma fazer com as aeromoças estreantes em nada contribuem para diminuir a ansiedade que normal na iniciação de qualquer profissional, principalmente a do transporte aéreo, pelo menos até que a novel aeromoça se convença de que não existe forma mais segura de viajar.

Certo comandante (não mencionaremos nomes das pessoas ou das empresas aéreas envolvidas) jamais perdia a oportunidade de passar trotes nas aeromoças novatas. Quanto a aeromoça visitava a cabine de comando, encontrava o capitão e seu primeiro-oficial mexendo atabalhoadamente nos controles, fazendo-se mutuamente as perguntas “técnicas” mais cretinas e consultando repetidamente um ensebado folheto intitulado “Aprenda a Voar sem Mestre em 10 Lições”. Uma cena estarrecedora, capaz de roubar a tranquilidade da pessoa mais descontraída.

Outras vezes, enervava não só aeromoça visada como o restante da tripulação, assobiando sem parar o tema musical do filme-catástrofe “Apenas um Coração Solitário”, em que John Wayne fazia o papel de co-piloto do avião em perigo.

Mais uma de suas numerosas e assustadoras brincadeiras era espalhar porcas e parafusos usados em todos os lugares onde aeromoça pudesse encontrá-los. E cada vez que ela corria à cabine de comando para reportar a descoberta de mais parafusos soltos, mostrava-se bastante apreensiva e discutia abertamente com o primeiro-oficial a aterradora possibilidade da aeronave estar-se desmantelando em voo.

Turinews

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