1954 – Talvez o meu amigo não saiba, mas desde que existe PAA no Rio de Janeiro, os agentes de turismo emitem seus bilhetes. Qual não nossa surpresa, que agora não mais podemos emitir essas mesmas passagens. Gostaríamos muito de saber as razões dessa instrução, uma vez que não vemos nada lógico, que motivasse tal ordem. Emitindo em nosso balcão, poupamos tempo ao passageiro e oferecemos um serviços ultra rápido e em poucos minutos despachamos o cliente, ao invés de esperarmos que a passagem seria emitida em seu escritório, o que nos obrigará a solicitar ao passageiros para procurar sua passagem daí a horas ou dias. Não vejo, pois, nas suas instruções nada lógico nem funcional. Tal procedimento viria tão somente prejudicar a ascendência do nível de produção, que dia a dia está aumentando. Viria, ainda mais, a igualar-se com a Braniff que também não nos fornece bilhetes para emissão, a assim sendo posso garantir que os agentes aumentarão sua produção na Braniff, que aliás, seu modo de proceder foi sempre o mesmo desde que inaugurou suas linhas para o Brasil. Estávamos acostumados com a facilidade da emissão de bilhetes da PAA e como agora tudo mudo, é que gostaríamos de saber qual a razão para tudo isso. Mas se formos honrados com sua resposta , pedimos que aproveitando, diga-nos por que na ordem dada para retirar os bilhetes das agências, não estão incluídas três estrangeiras: Wagon-Lits Cook, American Express e Exprinter? Qual o privilégio que gozam essas três agências? Os impostos que eles pagam, nós pagamos. Sua idoneidade moral e financeira não é maior nem melhor eu a nossa. As marmeladas que nos fazemos eles fazem. De todo modo que em idênticas condições não pode a PAA nos privar da emissão de bilhetes , que nos prejudica grandemente e a si própria, diminuindo a sua produção. Lembre-se Mr. Toomey, que essa instrução prejudica centenas de agências de turismo brasileiras que não estão vendo com simpatia essa decisão súbita, tomada por seu escritório.
Turismo Magazine, abril de 1954